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De 14 1 16 de janeiro, foi realizada em Nova York a edição de 2018 do Retail’s Big Show, organizado pela National Retail Federation (NRF). Um grande evento para profissionais de varejo que estão atentos às últimas tendências do setor.
Durante a conferência “Liderando com positividade”, liderada pela WD Partners, especialista em experiência do cliente, um anúncio chamou a nossa atenção: nos EUA em 2024, o comércio eletrônico terá superado as vendas físicas. Com o modelo de varejo omnichannel ganhando terreno, as empresas precisam repensar o papel de seus pontos de venda físicos para se manterem competitivas.
Em face do fechamento de lojas registrado nos EUA em 2017, essa é uma observação ainda mais surpreendente para os varejistas. De acordo com a WD Partners, mais de 8.000 lojas fecharam suas portas somente este ano: a primeira desde 2000, que não deve melhorar. A empresa estima que 25% dos shoppings americanos vão fechar nos próximos 5 anos.
Até 2024, o volume de negócios gerado pelo e-commerce deverá crescer exponencialmente, em detrimento do varejo. De fato, de acordo com a previsão da WD Partners, a curva para vendas físicas e e-commerce se cruzará em 600 milhões de dólares. Essa distribuição é muito diferente da de 2017: 900 milhões para varejo e 100 milhões para e-commerce.
No entanto, podemos afirmar a sentença de morte dos pontos de venda físicos? Não necessariamente. Estudos mostram que um varejista que abre uma loja em um determinado local verá o tráfego on-line de residentes na área aumentar em 52% sua plataforma de e-commerce. E isso apenas 6 semanas após a abertura da loja.
Nesse contexto, a erradicação de pontos físicos de venda parece duvidosa. O que resta a ser determinado, no entanto, é como repensar a relação entre e-commerce e varejo, a fim de aproveitar ao máximo cada canal de vendas.
Apesar do aumento das compras online, as lojas ainda têm uma vantagem competitiva não negligenciável: elas são um ponto de contato direto com a marca e permitem que os clientes vejam os produtos pessoalmente. No entanto, as lojas não podem mais ser consideradas como locais de armazenamento e venda, mas sim como uma genuína ferramenta de marketing.
Bem-vindo à era do showrooming, a prática de usar o ponto de venda físico como um local para apresentar a gama de produtos de uma marca. Objetivo: permitir que os clientes vejam e encontrem produtos que eles gostam na loja, oferecendo a possibilidade de comprá-los mais tarde on-line.
Esta prática ainda não é muito difundida, mas espera-se que ganhe terreno até 2020 para limitar as perdas. Nesse contexto, as lojas não mais buscarão lucratividade, mas preferirão proporcionar aos seus consumidores uma rica e única experiência. Esta drástica mudança de paradigma é aquela que as empresas devem estar preparadas para que possam se tornar o pilar perfeito para sua marca.
Em termos específicos, o showrooming envolve projetar um novo modelo de loja. Por exemplo, as “flagship stores” são um novo tipo de loja que funcionam como vitrines reais para os produtos e valores da marca. Essa transformação drástica significa menos estoque na loja e, portanto, maior demanda do cliente para comprar produtos.
Essa é precisamente a estratégia usada pela Adidas em Nova York. Em sua loja, existe apenas um único par de sapatos disponíveis para redirecionar os clientes à sua plataforma on-line. A marca passou de uma abordagem transacional para um modelo que valoriza a experiência na loja do cliente e a sensação de exclusividade.
As consequências de tal transformação são múltiplas em termos de recursos humanos e organização do espaço:
A empresa precisa colocar a maioria de seus funcionários no comando do relacionamento com o cliente e reduzir sua força de trabalho nas áreas de manutenção.
Os assistentes de loja de ontem se tornarão verdadeiros consultores capazes de oferecer aos clientes uma experiência personalizada alinhada ao universo da marca.
As caixas registradoras fixas serão gradualmente eliminadas. Em vez disso, as compras serão feitas em telefones celulares dentro de um contexto de store-to-web.
Essas tendências observadas no mercado americano são prova das mudanças que estão por vir no setor de varejo. O desafio para as empresas será passar por essa transformação em sua totalidade, a fim de se beneficiar da predominância futura das vendas online. Indo de web-to-store para store-to-web também é essencial para a sobrevivência das lojas nos Estados Unidos e no mundo todo.
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